10 DEUSAS DA ERA DE OURO DE HOLLYWOOD

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Ao me referir como DEUSAS, não se engane: não estou falando somente do talento e da beleza transcendente dessas atrizes, mas principalmente de sua posição influente por atitudes feministas durante uma época onde o machismo era pior. Muitas dessas atrizes elevaram o conceito de atuação, de coragem, ousadia e usaram seu nome para dar vida a causas sociais e direitos que nenhuma mulher sonharia na primeira metade do século XX. Indiscutível o caminho que se abriu por muitas, principalmente por essas mulheres, para ao futuro da importância feminina no mundo da sétima arte e em todos os meios de comunicação.



Nascida na Filadélfia em uma família rica, Grace Kelly sempre soube que queria ser atriz. Após se formar no colégio, mudou-se para Nova York para investir na carreira. Trabalhou como modelo e estreou na Broadway, mas decidida em estrelar no cinema, foi para Los Angeles.
Graças ao aclamado "mestre do suspense" Alfred Hitchcock, chegou ao estrelado, participando de três filmes do diretor: "Disque M para Matar" (1954), "Janela Indiscreta" (1954) e "Ladrão de Casaca" (1955). Porém, durante a divulgação do filme "Amar é Sofrer" (1954) - filme que lhe rendeu o Óscar de Melhor Atriz - no Festival de Cannes, ela conheceu o príncipe Rainier de Mônaco. Ao se casar com o aristocrata, tornou-se a Princesa Grace de Mônaco, mas sua carreira de atriz teve que terminar.
Morreu aos 52 anos, em um acidente de carro em Monte Carlo, Mônaco. O veículo que ela dirigia saiu da estrada e caiu em um despenhadeiro. Após a morte, especularam que a filha dela, Stéphanie, dirigia o automóvel no momento do acidente.
Apesar da carreira curta como atriz, de 1951 a 1956, Grace deixou um legado absurdo. Sendo constantemente considerada uma das atrizes mais belas e influentes de Hollywood e ícone fashion mesmo após 30 anos de sua morte - tanto que a Louis Vuitton e a Hèrmes criaram bolsas que levaram seu nome. Porém, ela não se mantem apenas no status glamouroso que ocupa, pois em 1964 criou em Mônaco a "The Princess Grace Fundation", uma instituição que visava ajudar pessoas com necessidades especiais e após sua morte, muitos deram continuidade ao trabalho desenvolvido por Grace durante toda sua vida: ajudar artistas emergentes de teatro, dança e cinema.

Filme que recomendo da atriz: "DISQUE M PARA MATAR"


Embora fosse britânica, sua inesquecível Scarlet O'Hara em "E o Vento Levou" (1939) a fez passar como a legítima encarnação da beleza trágica e impetuosa de uma americana no sul dos EUA. Tão infeliz como o destino da heroína clássica vivida pela atriz, várias vezes foi submetida a tratamentos de eletrochoques por causa de um transtorno de bipolaridade mal diagnosticado, e a morte precoce aos 54 anos de tuberculose.
Vivien tinha tanta obstinação em viver Scarlett no cinema - produção que na época era gigantesca e considerado por muitos a melhor produção já feita em um filme em todos os tempos - que lhe rendeu o Óscar de Melhor Atriz e a consagração mundial. O mesmo empenho pôs a jovem e casada Vivien em perseguir Laurence Olivier, convencida que o ator era o grande amor de sua vida. O casamento entre os atores ficou conhecido por diversas colaborações influentes não só no cinema, mas no teatro.
Em 1957, liderou um protesto para salvar o Teatro de Saint James da demolição, ameaçado por um projeto para construir apartamentos, e chegou a entrar aos gritos na Câmara dos Lordes, o que levou o primeiro-ministro da época a escrever uma carta elogiando a coragem e desaprovando a postura da atriz.
Apesar da carreira curta, faz parte do seu currículo inúmeros clássicos e atuações que serviram de inspirações para outras gerações de atrizes. Em "Um Bonde Chamado Desejo" (1951), deu vida a Blanche Dubois, envolvendo polêmicas sexuais e desequilíbrio mental, algo que constantemente era rotulado a imagem da atriz. Por este papel, recebeu seu segundo Óscar de Melhor Atriz.
A filmografia completa de Vivien Leigh não chega a 20 filmes, porém sua coragem, determinação, personalidade forte combinada com talento e euforia de estrelismo fizeram da atriz uma figura única e inesquecível para o mundo do cinema e do teatro, arte esta que sempre foi considerada sua favorita.

Filme que recomendo da atriz: "UM BONDE CHAMADO DESEJO"


Atriz alemã, de renome internacional e símbolo sexual de várias gerações. Acusada de traição pelos nazistas por ter assumido a cidadania norte-americana, a chamando de "traidora da nação".
Marlene perpetuou o conceito de femme fatale e usou seu apelo sexual para quebrar tabus na época, como, por exemplo, ser a primeira mulher a usar calças publicamente em 1920. Em 1929, Josef von Sternberg a contratou para seu filme "O Anjo Azul", onde o papel de Lola e a canção "Sou feita para amar, da cabeça aos pés" a consagraram mundialmente. O sucesso fez com que seguisse para Hollywood, junto com o diretor, onde nos cinco anos seguintes ele trataria de eternizar o "mito Marlene". A ascensão ao poder do regime nazista na Alemanha fez com que Dietrich evitasse contatos com sua terra natal. Em 1939, recebeu a cidadania americana e em 1943, começou com apresentações para as tropas norte-americanas no front.
Os convites do governo alemão para que retornasse ao país foram recusados pela atriz, que criticava o fascismo e ajudou muitos judeus durante a emigração. Durante o período da guerra, seus filmes não tinham tanto sucesso como antes, até que em 1948 o longa "A Mundana", de Billy Wilders, lhe devolveu o posto de estrela.
Nos anos 50, iniciou uma carreira como cantora e durante três semanas teve casa lotada. Na década seguinte, faria sucesso na Broadway e retornaria pela primeira vez à Alemanha após o final da guerra, se apresentando em algumas cidades. Sem se importar com a idade, mas com muita energia, autodisciplina e obsessão pela perfeição, ela criou o mito de "one woman show" de beleza sensual e atemporal.
Na década de 70, protagonizou seu último filme, "Apenas um Gigolô", e após sofrer uma segunda fratura na perna, se retirou completamente da vida artística, se refugiando em seu apartamento em Paris.
Norma Bosquet, contratada pela cantora e atriz para escrever suas memórias (Apenas minha vida, lançado em 1979) cogitou a possibilidade da morte ser causada por overdose de remédios. Após sofrer dois derrames cerebrais, Dietrich não resistiu e faleceu em 1992.

Filme que recomendo da atriz: "O ANJO AZUL"


Em 1915, em meio a Primeira Guerra Mundial, nascia Ingrid Bergman em Estocolmo, Suécia. Perdeu a mãe com apenas dois anos de idade e na adolescência se tornou órfã. Logo cedo, Bergman teve que aprender a se virar, o que forçou a amadurecer mais do que as pessoas de sua idade, num crescimento pessoal que fez sozinha. Como ela mesma declarou: "Trabalhei, ganhei dinheiro e aos 18 anos era independente".
Iniciou sua carreira profissional com a estreia do filme "Monkbrogreven" em 1934 - tinha participado em inúmeras peças durante os anos de escola e trazia na bagagem aulas na Escola Real de Arte Dramática. A dedicação e o talento lhe rendeu o papel no drama romântico "Intermezzo" (1936) e três anos depois, já estava em Hollywood quando David O. Selznick - um dos produtores mais conceituados da época - lhe propôs o papel no remake para inglês do mesmo filme.
A atriz sempre confessava que a profissão a escolheu e não o contrário, escolha essa que se provou válida pois atingiu o sucesso pouco tempo depois, quando assinava um contrato milionário nos Estados Unidos, onde estreava na Broadway em 1940 e estava escalada para diversas produções em Hollywood.
Entre tantas personagens e filmes, talvez o mais aclamado de sua carreira tenha sido Ilsa Lund - a icônica mulher dividida entre o amor de dois homens, no filme "Casablanca" (1942). Na vida pessoal não era diferente, sua vida amorosa era conturbada com julgamento de um público que insistia em vê-la como o alvo máximo de pureza, como "a mulher perfeita". Casou três vezes, teve três filhos (uma delas, a atriz Isabella Rossellini) e diz ter passado de ótima à pior mulher possível durante este período da sua vida.
Favorita de muitos em Hollywood, Ingrid com seu talento inerente conquistou a admiração do público e da crítica - tendo ganhado três Óscar - durante 48 anos de carreira, onde em 1982 finalizava seu ciclo profissional com um Emmy e a sua jornada pessoal de vida, aos 67 anos, com a derrota contra o cancro mamário com o qual lutou durante oito anos.
Ingrid Bergman deixou um legado de extraordinárias interpretações em mais de 50 filmes e o lugar de embaixadora da beleza máxima, da independência e da força feminina.

Filme que recomendo da atriz: "CASABLANCA"


Nascida em Estocolmo, Suécia, Greta Garbo parou de estudar aos treze anos e teve seu primeiro emprego em uma barbearia, depois em uma loja de departamentos, na qual fez trabalhos como modelo para os filmes de publicidade da empresa. Estudou na Escola Real de Arte Dramática -  que também formou Ingrid Bergman - durante dois anos. Um de seus professores foi o diretor Mauritz Stiller, que mudou seu nome para Garbo e lhe deu um papel importante em "A Saga de Gosta Berling" (1924). Essa parceria os levou à Hollywood, convidados pelo produtor da MGM onde, por desgosto de Miller, estrelou "Os proscritos". Entretando, a parceria de Garbo e Miller não durou muito, pois o diretor a dirigiu somente em "Terra de Todos" (1926) antes de se desentender com o estúdio. Garbo no entanto, se tornou uma das primeiras estrelas da MGM, na época do cinema mudo, em filmes que exibiam sua aparência misteriosa e sensualidade franca, como "A Carne e o Diabo" (1926) e "O Beijo" (1929).  Apesar da apreensão do estúdio, o sotaque sueco de Garbo soou bem em seu primeiro filme sonoro, "Anna Christie" (1930).
Cada vez mais conhecida por sua altives e por detestar dar entrevistas, ela emprestou sua mística a mais uma dezena de filmes, entre eles muitas obras da época. O estúdio decidiu que ela devia fazer comédias e a escalou em "Ninotchka" (1939) e "Duas vezes meu" (1941). Arrasada com as críticas ruins recebidas pelo último filme, Garbo se afastou das telas repentinamente.
Em 1942 se tornou uma reclusa. Notícias ocasionais de uma possível volta às telas deram em nada. Em 1954, foi premiada com um Óscar honorário, mas não apareceu para aceitar o prêmio. Morreu em Nova York, em 1990, por causa de pneumonia.
Apesar da sua carreira meteórica, Garbo era solitária e reservada, e só concedeu 14 entrevistas durante toda a vida. Pouco se soube e muito se especulou sobre a atriz, incluindo mistérios sobre sua relação com os Aliados da Segunda Guerra Mundial. Uma das citações mais memoráveis sobre ela é a de que "Greta é como a Mona Lisa - uma das grandes coisas da vida. E tão distante quanto."

Filme que recomendo da atriz: "A DAMA DAS CAMÉLIAS"


Maquiagem perfeita, jóias e dona de uma beleza ímpar. A atriz inglesa Elizabeth Taylor marcou época com seu estilo extravagante. Sempre muito vaidosa, Liz não aparecia em público sem maquiagem e diamantes.
A fama chegou ainda quando criança, aos 10 anos em 1942, mas foi na década de 1950 que chamou atenção com seus cabelos curtos e negros, sobrancelha marcada e arqueada e poderosos olhos azuis puxados para o violeta. "Na década de 50, o fato de ela ter sido uma morena no cenário de Hollywood, onde as mulheres eram, no geral, loiras e ruivas, revolucionou a estética com que todos estavam acostumados", relembrou o maquiador Duda Molinos, que acredita que os cabelos curtos da atriz foram revolucionários para o período. Mas, talvez seja de "Cleópatra" (1963) a imagem mais icônica da carreira da atriz. Com os cabelos retos acima dos ombros e franja, a atriz popularizou o uso do delineador com traço geométrico que quase se juntava com a sobrancelha alongada.
Considerada uma das últimas divas do período dourado de Hollywood, Liz ficou conhecida pelo seu estilo e beleza, talento e seus dramas tanto na carreira, como na vida real. Foi reconhecia ao longo de sua carreira com dois Óscar de Melhor Atriz por "Disque Butterfield 8" (1961) e "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?" (1967) - filme que protagoniza com seu quinto marido, Richard Burton, com o qual teve sérios problemas de alcoolismo, também retratado no filme - além de ter obtido outras três indicações.
Porém, sua contribuição não foi somente para o mundo do cinema e da moda, mas também pela luta contra a AIDS. A atriz foi pioneira no desenvolvimento de ações filantrópicas, levantando fundos para as campanhas contra a AIDS a partir dos anos 80. Em 1991, criou a Elizabeth Taylor AIDS Foundation (ETAF) para além de arrecadar fundos, prestar atividades de prevenção e assistência às pessoas com AIDS ao redor do mundo.

Filme que recomendo da atriz: "QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF?"


Como começar a falar, talvez, da atriz mais famosa do século XX? A loira de Hollywood mudou para sempre o mundo do cinema, da moda e da cultura popular.
Depois de passar boa parte da sua infância em lares adotivos, Monroe começou sua carreira como modelo, o que a rendeu um contrato no cinema em 1946, com a 20th Century-Fox. Teve aparições pequenas nos seus primeiros filmes, mas chamou atenção ainda no começo da carreira por ser a primeira mulher a posar para a Playboy. Em 1952 conquistou seu primeiro papel principal em "Almas Desesperadas", repetindo o fato em "Torrente de Paixão" (1953), um filme dramático que continha o seu famoso poder de sedução nas telas. Sua personalidade cômica como "loira burra" foi usada para filmes posteriores como "Os Homem Preferem As Loiras" (1953) - filme com o qual tem a clássica cena dela cantando "Diamantes são os melhores amigos de uma garota", servindo de referência para Madonna posteriormente em "Material Girl" - "Como Agarrar um Milionário" (1953) e "O Pecado Mora ao Lado" (1955). Em 1958, protagonizou no filme "Quanto Mais Quente Melhor" (1958), considerado por muitos um dos melhores filmes de comédia de todos os tempos, além de render um Globo de Ouro por sua atuação.
Até hoje a causa de sua morte é um mistério, alguns indicam uma provável overdose de remédios, outros um provável suicídio, ou até mesmo a possibilidade de um homicídio.
Mesmo cinquenta anos após sua morte, nenhuma pessoa se aproxima mais do conceito "sex symbol" do que Monroe. A personalidade carismática e provocante da atriz ainda sobrevive. Vendida pela mídia como uma mulher superficial, os cabelos loiros e o batom vermelho adotados por Monroe nos anos 50 contribuíram muito para o estereótipo de sensualidade que reina até hoje na cultura popular.
Ao mesmo tempo que a atriz reacendia a discussão sobre a liberdade das mulheres com sua atitude, sua inocência muitas vezes foi retratada como ignorância. No entanto, as belas formas aliadas a uma espontaneidade contagiante fizeram da jovem atriz uma mulher irresistível.
Sua imagem em "O Pecado Mora ao Lado", com o vestido branco esvoaçando, foi copiada, caricaturada e explorada de todo jeito, por milhares de pessoas durante o tempo. Um ícone fashion indiscutível, um rosto estampado em diversas camisetas, telas de arte e meios de comunicação, Marilyn Monroe entrou para sempre como uma das pessoas mais influentes do mundo, graças ao seu charme, talento, ousadia e autenticidade.

Filme que recomendo da atriz: "QUANTO MAIS QUENTE MELHOR"


No dia 5 de abril de 1908, em Massachussets, nascia Ruth Elizabeth Davis. Considerada feia por alguns, mulher de gênio forte por outros, mas unanimemente considerada uma das maiores atrizes que o cinema e o teatro já conheceram. Sua mãe foi abandonada pelo marido, e a ensinou desde cedo a lutar pelo que queria. Uma noite ela foi ver o espetáculo "The Wild Duck", onde viu a atriz Peg Entwistle atuar magistralmente. Decidiu ali que queria ser uma atriz. Por não ter uma beleza convencional, encontrou dificuldades para adentrar o mundo da sétima arte, mas a Universal resolveu lhe dar uma chance após mudar seu nome artístico para Bette Davis. Em 1931 estreava em "A Irmã Má", porém a Universal nunca a valorizou, sendo inclusive emprestada para outros estúdios e não teve seu contrato renovado. Nesse momento, Davis já resolveu arrumar suas malas e voltar para o teatro, mas nesse meio tempo recebeu a ligação de um ex-professor de teatro, George Arliss, que a convidou para fazer "O Homem Que Jogava Bem", pela Warner Bros. Ela aceitou e sua carreira deslanchou. Sucessos vieram e a atriz interpretou um leque de personagens: em tela foi babá, sogra, mãe, solteira, aristocrata, velha ranzinza, rainha, louca, boa, má... mulheres essas que renderam 11 indicações ao Óscar, tendo ganhado dois no início da carreira por "Perigosa" (1935) e "Jezebel" (1938).
Nesse momento, já era considerada uma das estrelas mais bem pagas de Hollywood e também um grande sucesso de bilheteria, mas "A Malvada" (1950), acabou sendo seu maior sucesso. Em 1962, Davis dividiu a cena com a também grande atriz, Joan Crawford em "O Que Terá Acontecido com Baby Jane?" - veja em 10 melhores vilãs do cinema - porém brigas de bastidores entre duas atrizes de temperamento e egos tão imensos dariam outro filme à parte. O tempo surgiu, e quando o cinema não a quis mais, a atriz se voltou para a televisão, atuando em séries e filmes, como "O Segredo Negro de Harvest Home" e "Morte sobre o Nilo".
O final da vida para ela foi de algumas homenagens, após uma vida inteira de contribuição para o mundo das artes cênicas. Em 1989, se despedia do público, no filme "Baleias de Agosto", onde contracenou com a grande dama do cinema mudo, Lilian Gish (na época com 93 anos). Ela não viu a estreia do filme, pois morreu de câncer, na França, aos 82 anos.
Para os que colocam a beleza acima de todas as outras dádivas, fica a história desta mulher, incansável em suas lutas, e que foi capaz de colocar um anúncio de jornal oferecendo seus serviços de atriz quando não mais a procuravam. Enquanto outras atrizes se refugiaram quando a velhice chegou, Bette a mostrou nas telas, nas ruas, nas fotos, onde quer que estivesse. Para ela, isso era o que menos importava. Se importava com sua arte, o legado deixado, sua força e perfeição. Como ela mesma disse:
"Tenho uma idade em que inveja e ciúme não fazem mais parte do meu repertório. Há muito me conformei com a minha feiura. Assim como me conformei com a beleza dos outros. Todos nós somos famintos de elogios".

Filme que recomendo da atriz: "O QUE TERÁ ACONTECIDO À BABY JANE?"


O legado de Audrey Hepburn é fortemente ligado a seu papel como Holly Golightly, em "Bonequinha de Luxo" (1961). O filme rendeu à Hepburn uma indicação ao Oscar e consolidou sua reputação como a mulher mais elegante que Hollywood já teve. Quando você pensa na atriz, remete a sua icônica personagem com um vestido preto e óculos escuros na frente da famosa joalheria Tiffany. Porém não foi só isso que a consolidou como uma das atrizes mais importantes do cinema, até porque ela foi uma das poucas pessoas que conseguiu ganhar quatro principais premiações do entretenimento: um Emmy (televisão), um Óscar (cinema), um Tony (teatro) e um Grammy (música).
Nascida na Bélgica, Audrey era a única filha de um banqueiro inglês com uma baronesa holandesa. Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, e com a invasão nazista, sua família foi tomada por uma série de privações. Audrey teve muitas vezes de comer folhas de tulipa para sobreviver e muitos de seus parentes foram mortos na sua frente. Anos mais tarde, recusaria o papel de Anne Frank - menina judia que foi morta nos campos de concentração que deixou um diário, onde mais tarde se tornaria um dos livros mais famosos de todos os tempos. Com o fim da Guerra, Audrey e sua mãe se mudaram para a Inglaterra, onde ingressou em uma escola de balé, porém após críticas de que era alta demais e não tinha talento para se tornar bailarina, passou a trabalhar como modelo fotográfica para garantir o sustento da família, que perdeu tudo na guerra.
Foi neste ponto que decidiu investir em outra área: a atuação. Sua estreia foi em um documentário, seguido por uma série de pequenos filmes. Após alguns fracassos no teatro, participou de uma audição para o filme "A Princesa e o Plebeu" (1954). O filme foi um sucesso e lhe rendeu o Óscar de Melhor Atriz. Três dias depois da cerimônia do Óscar, recebeu o Tony por sua atuação em "Ondine". Nos anos 50, Audrey consolidava sua carreira com sucessos como "Sabrina" (1954) e "Cinderela em Paris (1957).
Se casou com Mel Ferrer, por quem se apaixonou durante sua temporada na Broadway, e tiveram um filho que fez a atriz se retirar um ano e meio das telas. Voltou a Hollywood para estrelar seu papel mais importante na sua carreira, "Bonequinha de Luxo", e em 1963 recebeu o papel principal do musical "Minha Bela Dama" que venceu oito Óscars - incluindo Melhor Filme.
Sua carreira - que já não estava em alta desde 1966 com o filme "Como Roubar Um Milhão de Dólares" - foi interrompida quando foi diagnosticada com câncer em 1993, que se espalhou para o cólon, causando a morte da atriz em 20 de janeiro de 1993 aos 63 anos.
A atriz quebrou a padronização de beleza feminina nos anos 50 e 60, onde atrizes de sua época eram robustas e cheias de silhuetas. Audrey, com seu corpo magro e elegante, mostrou outro lado da moeda e virou ícone fashion para eternidade, criando a reputação de ideal de elegância e referência de moda.
Talvez por causa de suas experiências durante a guerra quando jovem, Audrey se voltou para ações humanitárias anos mais tarde. A atriz foi Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF e recebeu o Prêmio Humanitário Jean Hersholt. "Sou testemunha do que a UNICEF significa para as crianças, porque estive entre os que receberam comida e ajuda médica depois da Segunda Guerra Mundial", disse a atriz em 1989.
De aparência frágil e dócil mas com uma imensa determinação e força por dentro, as pessoas devem muito a atriz pela sua contribuição no mundo da arte e pela sua incansável busca de tornar o planeta um lugar melhor.

Filme que recomendo da atriz: "CINDERELA EM PARIS"


Conhecida por sua independência e personalidade teimosa, a carreira de Hepburn em Hollywood durou mais de 60 anos. Seu trabalho vem de uma gama de gêneros, desde comédias escrachadas até dramas literários, e recebeu quatro Óscars de Melhor Atriz - um recorde que até hoje não foi superado por ninguém. Criada em Connecticut por pais ricos e progressistas, Hepburn começou a agir enquanto estudava na Bryn Mawr College. Depois de quatro anos no teatro, críticas favoráveis do seu trabalho na Broadway a trouxeram para Hollywood. Seus primeiros anos na indústria cinematográfica foi marcada com sucesso, incluindo um Oscar já no seu terceiro filme, "Manhã de Glória" (1933), mas este foi seguido por uma série de fracassos comerciais, fazendo a crítica, em 1938, rotular a atriz como um "veneno de bilheteria".
Hepburn planejou seu próprio retorno: comprou seu contrato com a RKO Radio Pictures e adquiriu os direitos de filmagem de "Núpcias de Escândalo" (1940), que ela vendeu com a condição de que seria a estrela do filme. Na década de 40, foi contratada pela a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), onde sua carreira foi focada em uma aliança com Spencer Tracy - também ator consagrado, na época amantes.
A atriz se desafiou na segunda metade de sua vida, aparecendo regularmente em produções teatrais de Shakespeare e abordando uma série de papéis literários. Ela encontrou um nicho de mulheres de meia-idade para interpretar, como em "Uma Aventura na África" (1951), "O Leão no Inverno" (1968) e "Num Lago Dourado" (1981). Na década de 70, começou a aparecer em filmes para televisão, que se tornaram o foco de sua carreira mais tarde na vida. Ela permaneceu ativa até a velhice, tornando sua aparência final em tela em 1994, aos 87 anos de idade. Após um período de inatividade e problemas de saúde, Hepburn morreu em 2003, aos 96 anos.
A atriz além do talento e poder de atuação que entregava em cena, ficou famosa por evitar a máquina publicitária de Hollywood, e se recusou a obedecer às expectativas sociais das mulheres. Ela era franca, assertiva, atlética e se recusava em usar saias, somente calça jeans - algo que não era moda para as mulheres na época. Ela se casou uma vez, mas depois viveu de forma independente. Teve um caso de 26 anos com sua co-estrela Spencer Tracy, que foi escondido do público por anos por ele ser casado.
Com seu estilo de vida pouco convencional e personagens fantásticas que atuou ao longo de seis décadas, Hepburn resumiu a "mulher moderna" e a importância da voz feminina na América do século XX. Em 1999, ela foi nomeada pelo American Film Institute como a maior lenda feminina do cinema de todos os tempos.

Filme que recomendo da atriz: "ADIVINHE QUEM VEM PARA JANTAR"

12 comentários:

  1. Tiveram carreiras vencedoras em detrimento de,maioria delas,vidas atormentadas.

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  2. Ótima matéria, mas faltou Rita Hayworth na lista!!

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  3. a garbo, a deusa indiscutivel do cinema.

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  4. Fautou a maior estrela da década de quarenta. Á atriz e dançarina empecavel Rita Hayworth ????

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  5. Todas elas fantásticas e lindas. Houve outras mas estas são os maiores mitos, seleção bem feita. Também gosto imenso de Rita Hayworth mas não trocaria por nenhuma. De todas a minha favorita é Marlene Dietrich.

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  6. Todas maravilhosas e lindas muito talentosas.Amei

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  7. A Deusa do amor Rita Hayworth.Fora da lista?

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